segunda-feira, 23 de junho de 2014

Quem nunca sentiu aquela sensação de "solidão acompanhada" que atire a primeira pedra... Esses dias, apesar de não gostar muito, acabei indo a uma dessas festas de São João. No meio de tantas pessoas, lá estava eu, rodeada de "amigos", colegas, conhecidos e desconhecidos... em alguns momentos eu parava e me perguntava "o que eu estou fazendo aqui?" apesar de me sentir um "peixe fora d'água - borboletas no aquário" (eng. hawaii) isso serviu para analisar muitas coisas... Parei um pouco para observar as cenas ao meu redor e tudo me pareceu tão vazio de um jeito que me dava vontade de morrer só pra não estar alí... Só conseguia ver um monte de pessoas carentes tentando preencher vazios da alma com bebidas, drogas, namoros vazios (se é que se pode chamar assim) e uma porção de futilidade que chega a dar nojo... [[[Sei que parece preconceituoso, mas essa foi a minha impressão, não quer dizer que seja geral ou que seja verdadeira - é apenas resultado do meu momento]]]...
Eu comecei a pensar em tudo que havia passado - o reencontro com Alan, as coisas que ele me disse que me fizeram chorar uma noite inteira - depois o modo como esqueci tudo e fui pra casa dele - os três dias perfeitos que passamos juntos e depois de tudo chegar em Patos (só fui pra tentar ficar mais tempo com ele) e me ver alí naquele vazio imenso sabendo que ele estava lá no meio daquelas pessoas, feliz com toda aquela futilidade - sabendo que ele preferiu tudo aquilo do que ficar comigo... tudo isso me fez pensar se realmente deveria ter ido, e principalmente me fez perceber a gritante necessidade de ficar o mais longe possível dele - o quanto ele me faz mal... Estou triste por isso - por não poder mais vê-lo... Triste principalmente por perceber que mais uma vez as coisas dão errado.. eu sinceramente perdí a esperança... tenho tentado acreditar e ter fé na vida, mas está cada vez mais difícil...
Da coleção ''decisões difíceis que eu gostaria de fugir''... Diante do maior impasse dos últimos tempos, (os clássicos dualismos da história - luz e sombra - razão e emoção...), cá estou, longe de casa (afinal nem sei onde é minha casa - outro problema), longe de tudo, me perguntando pq vim parar aqui e chego a óbvia conclusão de que eu sou uma irresponsável e que eu vou até o fim qnd algo realmente me desperta - Seria isso algo positivo, então? nesse caso, NÃO! Falta em mim aquela noção de direção, senso de sobrevivência, sei lá... É sempre assim, eu vou e pronto! Não importa o tamanho da queda se o salto valer a pena (e nunca vale)... Isso é saber viver? NÃO! Eu caminho em constante perigo, o ponto de chegada é a autodestruição e eu sou tão consciente disso que poderia até dizer que a minha vida é um lento e constante suicídio!
Bom, dessa vez eu pretendo fazer diferente, eu tenho outros planos, eu escolho a paz, escolho a razão, escolho fazer o certo... E que a saudade seja uma breve companhia pq o mundo me espera e eu ainda tenho muitos saltos, muitas quedas, muitas alegrias, mas sobretudo muitas dores pra esquecer...

domingo, 1 de junho de 2014

Há 10 meses estou morando em Brasília e ao longo desse tempo a pergunta que mais ouvi foi "Pq vc veio pra Brasília?", eu geralmente dou uma resposta qualquer (de acordo com a minha vontade de conversar no momento). Na verdade nunca tinha sentido a necessidade de responder realmente, até agora.
Então, pq eu vim pra Brasília? Impossível responder essa pergunta sem voltar a lembrança da minha primeira mudança, então vamos lá!
Logo depois que completei 18 anos eu resolvi que iria estudar em João Pessoa, mas o que me fez decidir não foi de fato a ideia de estudar (apesar desse ter sido um ponto muuuito importante), o principal objetivo foi tentar deixar um isolamento total do qual eu não conseguiria sair sem uma grande mudança (Talvez nem seja tão grande assim, mas para os que me conhecem bem, é fácil entender a dimensão dos meus pequenos passos). Eu estava na minha zona de conforto (totalmente imersa em mim mesma), mas algo lá no fundo, como uma voz baixinha, me dizia pra sair rápido ou talvez ficasse lá pra sempre. Decidi ouvir essa voz e ir embora pq eu precisava (aos 18 anos!!!) começar a aprender o que é ter uma mínima convivência com outras pessoas. No início foi difícil (eu diria quase impossível!) por inúmeras questões que não vêm ao caso, mas a principal delas é que viver como uma pessoa comum era extremamente assustador, mas era a minha escolha, tornar-me uma pessoa, uma pessoa melhor.
Mudar pra João Pessoa foi a melhor coisa que podia ter feito na vida! Depois de um longo e difícil tempo de adaptação eu comecei a me sentir um pouco viva! Lembro que comemorava cada vez que conseguia fazer algo sem importância do tipo sair de casa sozinha, ir pra lugares cheios de pessoas, resolver problemas de casa, até fazer amigos era algo novo e motivo de comemoração!
Para as pessoas que me conheceram no início do início ao fim do curso, é possível perceber como foi clara a mudança no meu jeito de ser (embora ainda precisasse mudar muito).
Terminei a graduação, comecei a trabalhar... a vida estava seguindo bem, mas sentia que estava me escondendo outra vez, me acomodando por medo de fazer novas escolhas... Ainda estava longe de ser o que desejava e ficava sempre o medo de estar enganada e perceber que na verdade eu era a mesma menina assustada. Eu pensei muito sobre o que queria fazer da minha vida e escolhi os caminhos mais difíceis pq mais uma vez eu precisava me por a prova, precisava saber se eu seria capaz de ser forte mais uma vez, se eu me adaptaria a outro lugar ou as minhas mudanças tinham voltado ao zero... e foi aí que eu decidi mudar de cidade! Por uma questão de datas, Brasília foi a primeira a ser escolhida. Fiz a inscrição, estudei muito (muito mesmo), fiz a prova, passei e aqui estou!
Lembro que quando liguei pra minha mãe pra contar o resultado ela ficou super feliz e eu do outro lado tentando parar de chorar e comemorar, mas eu não conseguia comemorar, eram lágrimas de tristeza, de medo, de dor, de vontade de permanecer no mesmo lugar... eu só conseguia pensar em como ia ser difícil, mas também tinha aquela voz la no fundo que dizia que as coisas podiam dar certo... Mesmo com medo eu vim, eu precisava saber se eu era capaz....
Não posso dizer que tudo foi simples e fácil, mas a adaptação aqui foi muito mais rápidal. Posso listar uma série de conquistas (que seriam bobas pra maioria das pessoas) que foram muito importantes pra mim.
Hoje, depois de tudo isso, posso dizer que (apesar de alguns probleminhas) realmente gosto da minha vida em Brasília, gosto de como estou mudando, gosto da maneira como me aceito e de como penso nos sonhos futuros.
Hoje sou uma pessoas muito mais leve, eu diria quase normal (kkk). As pessoas ainda implicam um pouco com meu jeito, mas agora eu sei exatamente com o que devo me incomodar, sei o que o quero mudar, o que devo mudar e principalmente o que gostaria que permanecesse... Eu me conheço um pouco mais e reconheço que ainda há um loooongo caminho a percorrer, mas agora isso me assusta bem menos...