quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eu tenho uma vida aparentemente feliz... uma vida que muitos gostariam de ter... está tudo bem... mas o meu coração vai mal, como sempre foi... Semana passada minha psicóloga me perguntou desde quando eu tinha vontade de morrer e eu respondi que essa vontade me acompanha desde a infância... por essa afirmação fica fácil perceber que eu sou uma fracassada até em relação a isso...
Essa postagem não terá o menor nexo, assim como não tem a minha visão de mim mesma nesse momento:
Eu me vendo:
Estudante de mestrado, 28 anos, sentada no escuro digitando, o braço cortado por uma tesourinha, pouco sangue, ardendo um pouco... olhos inchados... uma dor sem nexo, como tudo na minha vida...

Eu gostaria de ter mais remédios pra tomar nessas horas... e dormir...

Hj eu conversei revoltadamente com Deus, perguntei sobre coisas que eu sentia, deduzi que meu anjo da guarda me abandonava naquele momento, desistia dos meus dramas... duvidei da existência dele e do próprio Deus... não obtive alívio ou resposta, cortei meu braço...
Levantei procurei um pedaço qqr de vidro e me dei conta de como fazia tempo que não me cortava, já tinha até jogado os meus vidrinhos companheiros de horas difíceis todos no lixo e hj a tesourinha da Luiza foi a única que ficou pra ouvir a minha dor... eu fechava os olhos e desejava o sangue, mas a dor era forte e só saíram poucas gotinhas, quase imperceptíveis... me senti frustrada: nem pra me cortar eu presto mais... senti saudade do tempo e do impulso que me deixava vermelha... a intensidade da dor é quase a mesma, mas me sinto velha e estranha, afogando as dores em automutilação sem profundidade... eu queria conseguir cortar o meu corpo todo e deixar a minha aparência igual o meu interior...

Eu sou mesmo ridícula... a definição dele que tanto me doeu, é no fim das contas a que mais me descreve... que outra palavra caberia a uma mulher de 28 anos, medrosa, assustada, problemática, insegura, sensível e outras mil coisas ruins...???

Essa semana vomitei algumas vezes também... Eu sou uma doente obsessiva e patética... nada além disso... eu tenho agora, especificamente nesse momento, um ódio infinito por tudo que eu sou e que eu suporto sorrindo por medo de ser mais magoada ainda....
 Eu sou uma doente obsessiva e patética que tem medo de tudo e se deixa ser humilhada, permanece estática, com um sorriso no rosto...
Eu sou uma doente obsessiva e patética e ridícula...
 


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